Justificativa

A sociabilidade humana caracterizou-se, historicamente, pelo esforço em se desenvolver em diferentes lugares do planeta, procurando se adaptar a diferentes ambientes, criando complexas formas de manifestações culturais e religiosas, destacando-se, neste seu processo, a dificuldade de conviver com sua própria diversidade e de respeitar suas próprias diferenças. A hist6ria da espécie humana e, de modo particular, a história da cultura ocidental pode ser vista, nesse sentido, como um processo constante de racionalização que torna possível tanto o surgimento de novas formas de manifestações culturais como também a consolidação ou a destruição de tantas outras existentes. 

Nesse contexto, gestos concretos de solidariedade, de tolerância e de reconhecimento da pluralidade das formas humanas de vida sempre foram contrapostos na superação da imposição arrogante e autoritária da cultura e das formas de vida do mais forte. Infelizmente tal tendência vem se intensificando com o desenvolvimento técnico-científico moderno e com o monopólio e a hegemonia das diferentes formas racionais e secularizadas assumidas pela cultura ocidental moderna. Desse modo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que significa sem duvida um avanço no reconhecimento da diversidade da vida humana, e acompanhada, simultaneamente, pela intervenção imperialista de paises e continentes uns sobre outros, impondo como unicamente correto seus modos de ser e viver. 

Essa tensão que perpassa a sociabilidade humana a nível macro-social entre a tentativa de construir formas solidárias e democráticas de vida, respeitando as diferenças, e a tendência de impor autoritariamente valores também se apresenta de um modo microsocial nas relaçães localizadas das pessoas. Ela esta ligada, portanto, aos seus modos cotidianos de agir e de pensar, sendo resultado do entrelaçamento de processos formativos locais e universais. Sendo assim, não estamos livres, por exemplo, de agir preconceituosamente em nossa vida cotidiana, desrespeitando ou ate mesmo aniquilando posições diferentes. E, a educação, se coloca dentre outros desafios o de efetivar-se como inclusiva, na tentativa de superar discriminações de qualquer natureza. 

E dentro desse amplo leque de quest6es que o debate sobre racionalidade e tolerância assume importância e atualidade. O II Seminário Internacional sobre Filosofia e Educação pretende debater o tema numa dupla perspectiva: primeiro, reconstruindo em largos traços, por meio de conferencias, alguns aspectos do significado destes dois conceitos na tradição da Teoria Critica e do Pragmatismo; segundo, analisando, por meio de debates em forma de mesas-redondas e comunicações, o desdobramento e a repercussão empírica destes conceitos no âmbito da relações entre pessoas, no convívio entre culturas diferentes e, especificamente, no âmbito das praticas sociais pedag6gicas escolares e extra-escolares. 


Objetivos

    • Debater as problemáticas geradas pela intolerância presente nas relações humanas e sociais cujos reflexos se fazem sentir no processo educativo;
    • Provocar o debate em torno da tolerância na formação de educadores;
    • Estimular a emergência de relações pedagógicas escolares e extra-escolares que se caracterizem pelo respeito a dignidade humana;

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